Aos 64 anos, Enoli Lara, primeira mulher a desfilar nua no carnaval do Rio, há 25 anos, não perde a personalidade vanguardista. Nesta segunda-feira (3), na concentração do desfile da União da Ilha, escola pela qual brilhou em 1989 no enredo "Festa profana", a eterna musa e disse que, se um dia for homenageada na Sapucaí, vai levar "todo mundo nu" para a avenida.
"Tomara que um dia eu vire enredo e traga todo mundo nu. Eu mereceria um lugar de destaque. Eu traria as pessoas nuas num carro simulando o ato sexual sem exibir órgãos sexuais", contou, descartando sair novamente pelada. "Eu não aspiro mais a nudez, mas tenho vontade de desfilar. Vi a Monique [Evans] hoje e ela veio linda."
Enoli, que não desfilou neste ano por ter chegado fora do tempo para se preparar – ela passou uma temporada no Sul cuidando da mãe doente – disse que a nudez está "fora de ritmo" nos desfiles de hoje.
"O corpo é uma escultura e tem que estar dentro do enredo. Aqui é o maior teatro a céu aberto. Acho que vivemos outros tempos hoje. Não sinto a 'nudicidade' que havia. Ficou muito blindado e técnico. A nudez ia ficar totalmente fora do ritmo porque os enredos são encomendados", afirmou, com a tradicional franqueza.
'Grande amor da minha vida'
Da concentração, ela disse que "vê a adrenalina" antes dos desfiles: "Isso aqui é um ritual, uma celebração. Isso é catarse", concluiu, saudosa da sua relação especial com o samba. "O carnaval foi um grande amor da minha vida. Aqui, hoje, é como se eu revivesse um grande momento. Não podem nunca tirar o carnaval do povo."
Fonte: G1.
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