Entre os mais variados tipos raízes, plantas, óleos, incensos e lambedores, destinados a um público que busca a cura para uma série problemas de saúde, os tradicionais raizeiros, que mantêm a cultura da medicina popular na capital alagoana, dividem o espaço com os vendedores do mercado da produção, em Maceió, com um conhecimento que é passado por gerações.
Um deles é José Cláudio da Silva, 45, conhecido como “Zé Claudio Raizeiro”. Ele diz que herdou a profissão dos avós e, atualmente, divide o espaço com os cinco irmãos. ”Minha família é toda raizeira, antes de eu nascer meus avós já trabalhavam com isso, passaram para o meus pais e, futuramente, o negócio vai ficar para a minhas filhas”, conta.
O movimento não para, a barraca do “Zé Cláudio Raizeiro” recebe diariamente clientes em buscam, em sua infinidade de produtos oferecidos, a solução para vários tipos de problemas de saúde.
A lista e grande. Canela, para enxaqueca ou estômago; folha da nogueira, para reumatismo e coluna; sucupira, para artrite, artrose e reumatismo; casca da romã, para gastrite e garganta inflamada; raspa do juá, para caspa, cabelo e tosse.
“Temos de tudo, mas um dos mais procurados é a garrafada 'Levanta quem tá morto', muito boa para o stress, esgotamento físico, mental, e impotência. Faz o ‘veinho’ fica mais fogoso”, conta ao revelar que a garrafada é composta por catuaba, caingueira, ginseng, cipó de quati, semente de guaraná, Dr. Durinho e nó de Cachorro.
“Sempre comprei produtos naturais, isso me foi passado de família. E como eu gosto das meninas novinhas, nada melhor que uma boa garrafada para ajudar a reativar a circulação, entende?”, conta animado o comerciário Sebastião Ricardo da Silva, 63, ao levar uma garrafa do produto para casa.
Opinião médica
O médico clínico Hélvio Ferro diz que não nega o princípio ativo dos produtos vendidos pelos raizeiros, mas que é necessário um estudo científico antes da produção desse tipo de medicamento. “Até mesmo uma dor de cabeça pode ser um sintoma para algo maior. É necessário avaliar antes, mesmo que seja algo que faça parte da natureza”, explica.
De acordo com Ferro, o uso desses produtos não é aconselhável. “Principio ativo, quantidade do material, a doença da pessoa que vai consumir o medicamento, que pode ser diferente em cada um, tudo isso necessita ser estudado, algo que não existe na experiência popular”.
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