Alunos de uma escola pública em União dos Palmares, município da Zona da Mata alagoana, são obrigados a assistir às aulas no chão por conta da falta de carteiras na unidade de ensino. São 250 crianças que estudam no colégio de forma improvisada devido à falta de estrutura no prédio.
As salas não possuem ventiladores e não há forro no teto. Já as paredes estão com infiltrações e mofo, e a rede elétrica apresenta instalações danificadas. Em outro prédio da escola, as paredes estão sujas e o portão, enferrujado. “Algumas salas ficam cheias de água quando chove. A gente não tem o que fazer. A gente olha a situação da escola e não tem uma pintura, o portão está todo enferrujado e ainda falta merenda”, relata a agricultura Betânia Maria da Silva, mãe de um aluno.
As carteiras estão quebradas e envelhecidas e, segundo os funcionários da escolas, não são repostas há mais de dois anos. As que restaram não oferecem segurança alguma para os alunos. No horário das aulas, as crianças improvisam e precisam forrar lençóis no chão para sentar.
“A solução foi eu trazer uns panos de casa. A professora trouxe outro e a gente faz esses arrumadinhos para a criança sentar”, conta a zeladora da escola, Lourdes Lopes da Rocha.
Os alunos do maternal ao terceiro ano da alfabetização, crianças com idade entre três e nove anos, reclamam das dores causadas pelo desconforto em que assistem às aulas. “O chão é frio, minhas pernas doem muito. Eu venho porque gosto de estudar”, afirma a aluna Ruthe Maria Barbosa Nascimento, de 9 anos. “Dói a coluna, as pernas e os braços”, completa Jhonatan Matheus da Silva Pimentel, 9.
As professoras lamentam e contam que a situação impede a concentração dos alunos na aula. “É lamentável, muito lamentável. Eu, como professora, me sinto menosprezada”, desabafa a professora Luzia da Silva.
Os pais dos 80 estudantes da escola são agricultores e moram em um assentamento na região. Eles acompanham o sofrimento diário das crianças e querem tirar os filhos da escola, se as carteiras não chegarem. “A minha filha não vem mais, só quando tiver cadeira para sentar” garante o agricultor Antônio Silvério da Silva.
A Secretaria Municipal de Educação do município informou que a culpa na demora da entrega das carteiras é do fornecedor. Mas, segundo a diretora de educação, Cristiane Maria das Chagas, o problema será resolvido. “O problema já está sendo resolvido. Nós tínhamos uma previsão da reposição das cadeiras desde sexta-feira da semana passada. O fato é que houve um atraso por parte da empresa que se responsabilizou de fazer a entrega. Amanhã [terça-feira] as crianças já estarão assistindo às aulas como devem”, afirma Cristiane.
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