O episódio que culminou com a demissão de dois servidores do Hospital Geral do Estado (HGE) depois da publicação de um vídeo na internet onde faziam uma sátira um tanto grosseira à enfermagem foi mais um exemplo dos prejuízos causados mundo afora pelo uso imprudente das redes sociais. Na mesma semana, uma jovem teve fotos suas usadas indevidamente em um site de prostituição em Maceió.
Os episódios engrossam a fileira das vítimas das redes sociais, seja de forma "volutária", como do técnico em fermagem Rumennigge Barros Soares; ou involuntária, como a garota que teve as fotos expostas em uma página de garotas de programa. Ambos prejudicados pelos riscos escondidos em hábitos aparentemente simples de postar uma foto ou um simples comentário na internet.
Poly Annenberg, publicitária, especialista em redes sociais e gerente de conteúdo e planejamento digital, afirma que episódios com a do servidor do HGE se repetem porque o que fazemos na "vida online" reflete em nossa "vida offline".
"Nossa atividade online reflete uma reação em nossa vida offline. A atenção dada ao que escrevemos, filmamos e fotografamos para expor publicamente na internet parece que perdeu seu valor. Estamos produzindo informação em excesso e sem cuidado", explica. .
A publicitária faz uma comparação. Poly Annenberg diz que expor a vida nas redes sociais é comparável a expor a vida pessoal em praça pública. .
"É claro que cada é um é dono de seu próprio nariz. Na vida online, é a mesma coisa. Mas já imaginou alguém gritando em praça pública uma observação pessoal sobre o seu chefe no trabalho, o que você comeu naquele restaurante badalado ou sobre como seus professores são chatos? É quase isso", analisa.
"Carências, problemas, brincadeiras e outros assuntos particulares que normalmente confidenciaríamos a amigos próximos podem chegar a qualquer um que não confiamos. Estamos falando de um material que pode ser reproduzido: vídeos são repassados, fotos são copiadas e textos são reproduzidos na rede social", afirma.
Perfis são avaliados em seleções de emprego
Os perfis das redes sociais são utilizadas na horas de empresas avaliarem candidatos a emprego?
Depende da vaga e depende do tipo de avaliador que está fazendo uma seleção.Muitos buscam pelo nome nas redes sociais apenas por curiosidade.Mas já vi dono de agência de publicidade analisar os perfis de cada candidato a uma vaga de estágio em diferentes redes sociais.O que se observa é se a pessoa escreve bem, sua maneira de expor opiniões e até preferências musicais ou literárias! Certamente, para um perfil de vaga na área de comunicação, a presença digital é muito observada.
A especialista atenta para a influência da postura nas redes socias de candidatos a emprego.Annenberg alerta que há empresas que avaliam os candidatos também pelos perfis nas redes sociais.
"Os perfis das redes sociais são utilizadas na horas de empresas avaliarem candidatos a emprego?Depende da vaga e depende do tipo de avaliador que está fazendo uma seleção. Muitos buscam pelo nome nas redes sociais apenas por curiosidade. Mas já vi dono de agência de publicidade analisar os perfis de cada candidato a uma vaga de estágio em diferentes redes sociais", disse. .
"O que se observa é se a pessoa escreve bem, sua maneira de expor opiniões e até preferências musicais ou literárias! Certamente, para um perfil de vaga na área de comunicação, a presença digital é muito observada".
O que expor ou não nas redes sociais
Poly Annenberg orienta para o que deve ou não ser postado na rede. Entre as formas positivas de usar as redes sociais estão a mobilização social, ao estreitamento das relações profissionais ou pessoais. .
"As redes sociais só não devem existir para suprir carências e causar dependência nas pessoas. Ela é um espaço para compartilhar informações, discutir assuntos interessantes, aproximar pessoas e ambientes. É uma oportunidade para o indivíduo desenvolver relacionamentos profissionais ou de amizade no ambiente online. Ela também é responsável por fortalecer e mobilizar uma comunidade, um bairro, uma cidade e um país, como assistimos em 2011 com o movimento contra o aumento da gasolina "Na Mesma Moeda" e em junho de 2013, com as manifestações nas ruas por um país melhor", orienta.
Dicas para correr menos riscos nas redes sociais
Exposição na internet pode levar à punição
Em janeiro deste ano, um grupo de jovens maceioenes postou fotos no facebook onde apareciam exibindo armas e drogas. Alguns aparentando serem menor de idade.
Depois desse grupo, outros surgiram na internet expondo principalmente drogas,
Em matéria do TNH1, o advogado Welton Roberto, especialista em direito criminal, explicou que esse tipo de conduta caracteriza crime, previsto no artigo 28º da Lei 11343/2006, a lei que institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad.
Em tese, a lei enquadraria os jovens alagoanos. Porém, ele ressalta que a lei só alcança maiores de 18 anos. Mas os menores podem cumprir medidas socioeducativas. .
"Mas é preciso debater o assunto com os jovens os incluindo na discussão, afinal de contas, quando eles são pegos nessa situação eles cumprem medidas sócio-educativas que, tendo em vista a situação do sistema a qual eles são submetidos, são apenas punição, e não reintegração à sociedade", alerta o advogado.
Vítimas do Facebook
O documentário "Vítimas do Facebook" mostra as consequências do uso descuidado das redes sociais. O filme lança um olhar sobre as conseqüências inesperadas de pessoas que compartilham informações pessoais nas mídias sociais.
Em 53 minutos, o filme conta histórias verídicas de pessoas que, por causa de uma simples postagem no Facebook, perderam empregos, acabaram casamentos, e foram até presos.
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